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Associação de autoescola critica proposta que desobriga aulas práticas e teóricas



Uma proposta de lei em tramitação no Senado propõe o fim da exigência de que candidatos a motorista tenham aulas em autoescola. O argumento é de que o custo com o processo é alto, mas o maior rigor na cobrança do conteúdo prático e teórico compensaria a alteração. A medida é polêmica e vem sendo muito criticada por profissionais e entidades ligadas ao trânsito. O documento criado por Kátia Abreu há três anos foi entregue na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

O presidente da Associação dos Centros de Formação de Condutores do Estado de Goiás (Ascefego), Derli Fernandes, acredita que a ideia é um retrocesso. Para ele,  a mudança atrasa ainda mais a mudança de comportamento dos condutores. Essa, na perspectiva dele, é a única forma de alterar o cenário de tragédias em nível nacional. O custo elevado para obtenção de uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) seria resultado de uma fórmula na qual o lucro da categoria não está incluído.

“Hoje, uma CNH custa por volta de R$ 2,1mil sendo apenas R$900 para a autoescola. Ficou caro porque tem a cobrança de taxas absurdas pelo estado que chegam a R$405 para uma categoria e a R$600 para duas categorias. A filmagem da aula tinha muita fraude e passaram a pedir o rastreador, além dos exames médico e psicotécnico. É por segurança, mas custa mais. A verdade é que um País só muda com educação e formação, por isso não acredito  no sucesso desse projeto de lei”, justifica.

Outra vertente sobre o projeto é a extinção de postos de trabalho. Uma autoescola tem, no mínimo, três profissionais sendo um diretor, dois instrutores e uma secretária. Em Goiás, o setor gera cerca de 7 mil empregos diretos em 630 estabelecimentos do gênero no estado, sendo 110 somente em Goiânia.