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Após aguardar três dias para ressurreição, corpo de pastor é enterrado



O pastor Huber Carlos Rodrigues foi enterrado na madrugada desta terça-feira 26 de outubro, em Goiatuba, Goiás, após seu corpo ficar em uma funerária durante três dias. A viúva não liberou o sepultamento, pois em 2008 o homem assinou um documento dizendo que, após a morte, sua integridade física deveria ser totalmente preservada, pois ele “ficaria por três dias mortos, sendo que no terceiro dia, ele ressuscitaria”.

“Meu corpo durante os três dias não terá mau cheiro e nem se decomporá, pois o próprio Deus terá preparado minha carne e meu cérebro para passar por essa experiência”, diz o documento, que apesar de ter a assinatura de duas testemunhas, não foi protocolado em cartório.

Huber morreu na última sexta-feira, 22, por complicações cardiorrespiratórias. Com isso o “prazo” para a ressurreição acabou na noite dessa segunda-feira 25. Uma grande quantidade de pessoas foi para a porta da funerária e realizou o cortejo até o cemitério. Durante o enterro, fiéis da igreja comandada pelo pastor gritavam para que abrissem o caixão como uma última prova de que ele não havia ressuscitado.

O documento assinado pelo pastor fala que durante os três dias ele passaria por um “mistério de Deus”, que comprovaria que “Ele é o mesmo de ontem, de hoje e sempre”, e que nesse mistério ele passaria por situações semelhantes às citadas nos evangelhos de João, Lucas, Mateus e Marcos.

“Conforme me foi revelado pelo Espírito Santo de Deus, eu terei atendimento médico no qual será constatada a minha morte. Mesmo após confirmado o óbito, me revela Espírito Santo que será expressamente proibido aos médicos ou qualquer pessoa tocar no meu cérebro ou no meu corpo físico. Ou seja, não poderá ser tocado nos órgãos internos ou externos, não podendo, portando, passar por autópsia, cirurgias, ou qualquer tipo de medicação e muito menos a preparação do corpo pela funerária”, projetou.

A funerária disse que não realizou o velório do pastor e que respeitou os pedidos da família. Já a  Prefeitura de Goiatuba disse que a Vigilância Sanitária notificou a funerária na segunda-feira para realizar o sepultamento imediato, “observando uma resolução que dispõe sobre o Controle e Fiscalização Sanitária do Translado de Restos Mortais Humanos”.