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Homem condenado pela morte de Leonardo Pareja no antigo Cepaigo é preso em Anápolis



A Polícia Militar conseguiu prender nesta segunda-feira (27) um homem que estava foragido da justiça desde o ano de 2018, quando foi decretada a sentença definitiva de 45 anos e 6 meses de prisão, por ele ter matado durante uma rebelião no antigo CEPAIGO, em dezembro de 1996, juntamente com outros detentos, indivíduos rivais, dentre eles, Leonardo Pareja, indivíduo de alta periculosisade que aterrorizava a população na época.

Leonardo Rodrigues Pareja, à época com 22 anos, se transformou em celebridade nacional do crime por abusar do deboche e da ironia em todas as circunstâncias.

Comandou sequestro, assalto e até rebelião no antigo Cepaigo sem nunca perder as características de psicopata manipulador que transformava boa parcela de suas vítimas em fãs excitados.

“Eu não existiria se não fosse o perigo”, declarava aos repórteres. “Não sou super bandido, mas certamente sou mais inteligente do que a polícia”, complementava com sorriso sarcástico.

A adrenalina de Pareja durou pouco mais de um ano: de setembro de 1995 a dezembro de 1996. Nesse curto espaço de tempo ele assaltou um hotel em Feira de Santana (BA) e conseguiu a façanha de manter uma garota de 16 anos como refém por 3 dias, detalhe: a jovem Fernanda Viana era sobrinha do então senador Antônio Carlos Magalhães (ACM), o todo-poderoso baiano da época.

Passando por 3 Estados, Pareja deu entrevistas e brincou de cão e gato com a polícia até se entregar 1 mês depois. Ele adorava flertar com o perigo, zombar de quem o caçava.

“Eu sou humano com quem é humano e sou cruel com quem é cruel”, avisava às vítimas logo no primeiro contato. Essa era a personalidade de um jovem bonito, cara de galã, e que havia estudado inglês, espanhol, violão, piano e programação de computadores.

O episódio mais emblemático envolvendo Leonardo Pareja foi a rebelião de presos ocorrida no Centro Penitenciário de Goiás (Cepaigo), em Aparecida de Goiânia.

Ele e mais 43 detentos aproveitaram o vacilo de autoridades que vistoriavam o local e as fizeram reféns por 6 dias. Um grupo seleto de coronéis da PM, delegados, promotores e até mesmo o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, desembargador Homero Sabino de Freitas.

Momentos da rebelião e a saída dos bandidos foram transmitidos ao vivo em rede nacional, projeção que aumentou o interesse em Pareja, o criminoso que tocava violão e exibia o corpo.

O desfecho da rebelião revelou um Pareja mais abusado do que nunca: parou o Fiat/Tempra com reféns num bar de Goiânia, deu autógrafos, comprou cigarros e bebidas.

Não satisfeito, pagou a rodada de cerveja para os clientes com nota de R$ 50 dos R$ 100 mil reais recebidos na fuga.

Um dia depois foi recapturado pela polícia num posto de combustíveis em Porangatu, região norte.

A inteligência, a beleza e o sarcasmo de Leonardo Pareja estavam com os dias contados.

“Não me considero um Robin Hood, mas confesso que me identifico com ele”

Em dezembro de 1996, ele foi assassinado por 5 colegas de presídio sob a justificativa de ter contado à direção sobre um plano de fuga.

Há controvérsia sobre essa versão, mas a realidade é que Pareja brilhou, criou modismos e terminou morto como um bandido qualquer.