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PF e Exército prendem ex-ministros de Bolsonaro Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira



A Polícia Federal, com apoio do Exército Brasileiro, prendeu nesta terça-feira dois ex-ministros do governo Jair Bolsonaro: o general Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa. As prisões ocorreram em meio a uma nova fase da investigação que apura a existência de uma articulação para interferência institucional e tentativa de ruptura democrática após as eleições de 2022.


 

Segundo informações preliminares repassadas por integrantes da força-tarefa, os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a identificação de novos elementos que colocam ambos os ex-ministros no centro de reuniões estratégicas e trocas de mensagens sobre possíveis ações para impedir a transição de governo. As ordens judiciais também determinaram buscas e apreensões em endereços ligados aos dois militares da reserva.


 

As operações começaram no início da manhã, em Brasília, e mobilizaram equipes da PF e efetivos do Exército devido ao alto escalão dos investigados e à necessidade de garantir segurança institucional durante o cumprimento dos mandados. Ambos foram levados para instalações federais na capital, onde passaram por procedimentos de identificação e interrogatório inicial.


 

Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira são citados em apurações que investigam a formação de um suposto núcleo militar alinhado a estratégias para desacreditar o processo eleitoral, contestar o resultado das urnas e avaliar a adoção de medidas consideradas antidemocráticas, incluindo discussões sobre decretos para intervenção.


 

A defesa dos ex-ministros ainda não se manifestou oficialmente. O STF também não divulgou, até o momento, detalhes da decisão que embasou as prisões. A expectativa é que novas diligências sejam realizadas ao longo dos próximos dias, com possibilidade de novas fases da operação.


 

A investigação integra um conjunto de ações mais amplas conduzidas pela Polícia Federal, que já atingiu outros ex-integrantes do governo Bolsonaro e tem como foco o esclarecimento de eventuais tentativas de subversão da ordem institucional no pós-eleição.