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Hospital Municipal de Anápolis é referência em tratamento



Depois de ter a Nathália, Késia Monteiro ficou muito tempo sem engravidar até a chegada do Matheus. Em meio a tanta alegria, uma preocupação: o bebê nasceu com pés tortos, uma má formação congênita, de causa desconhecida, em que a criança é gerada com um ou os dois pés virados. "Fiquei desesperada, mas me acalmaram falando sobre o tratamento", diz a mãe sobre o tratamento oferecido no Hospital Municipal Jamel Cecílio, referência nessa especialidade que recebe pacientes de municípios goianos e até de outros estados. E foi cerca de um ano com troca de gessos e muita paciência. Na rede privada, todo o tratamento pode custar até 20 mil reais. No Hospital Municipal, a técnica utilizada é o método Ponseti, que, na primeira fase, envolve o uso de gesso, trocado semanalmente até que os pés fiquem estirados. Em alguns casos a cirurgia é necessária. Na operação, que não demora mais do que 20 minutos, o médico faz um corte no meio do tendão para que ele se solte. "Cerca de 80% das crianças que fazem o tratamento não necessitam da intervenção. Quanto mais cedo começar, mais chances de não operar", frisa o técnico em gesso e enfermeiro, especialista em urgência, emergência e ortopedia, Vitor Klifford, um dos responsáveis pela introdução do tratamento no Hospital Municipal. A experiência em locais de referência nesse tratamento, por meio do método Ponseti, levou o enfermeiro Vítor e o médico ortopedista, especialista em cirurgias de pés e tornozelos, Carlo Magno, a desenvolverem esse trabalho que foi introduzido na rede municipal pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Anápolis. "É uma técnica revolucionária que resolve praticamente 100% dos casos", informa o médico. Após o tratamento com o gesso, e em alguns casos a cirurgia, a segunda etapa do método consiste na utilização da órtese de Dennis-Brown, a botinha, por 23 horas por dia. E, no final, o uso é indicado somente para dormir.