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Vítimas trocam fotos íntimas pelo celular e depois são extorquidas



Assim que retornou ao expediente normal no 1º Distrito Policial de Anápolis, a delegada Gêinia Maria Eterna ficou surpresa com a quantidade de casos envolvendo vítimas do chamado “Golpe dos Nudes”. Oito vítimas procuraram a polícia relatando extorsões desse tipo durante o período de quarentena, em que o atendimento presencial foi suspenso. Mas a delegada acredita que o número de casos pode ser 20 vezes maior, porque nesse tipo de ocorrência, geralmente a vítima não procura as autoridades. “Existem quadrilhas especializadas atuando em todo o Brasil. Desta vez, parece que descobriram Anápolis”, comenta Gêinia. De acordo com a delegada, o golpe funciona da seguinte forma. Pelas redes sociais ou pelo whats app, a vítima recebe uma mensagem, tanto de homens quanto de mulheres. A foto de perfil da pessoa remetente sugere que seja bem jovem e sexy. Assim que a vítima responde, inicia-se um bate papo que culmina com a troca de nudes, que são fotos íntimas, de cunho sexual. Tudo vai muito bem até que a conversa é interrompida por alguém que se identifica como pai da remetente, que revela ser ela menor de idade, acusando a vítima do crime de pedofilia e dizendo que vai procurar a polícia, munido das provas que estão no celular. Desesperada diante da pressão psicológica, a vítima se dispõe a negociar e acaba depositando altas somas em dinheiro nas contas indicadas pelos golpistas. Em alguns casos, esse “pai” volta a exigir dinheiro novamente depois de alguns dias, numa chantagem sem fim. “É possível que existam pessoas nesse momento passando por essa situação”, revela a delegada. Para Gêinia, o processo de isolamento social pode ter contribuído para que as pessoas passassem mais tempo dentro do universo virtual, o que explica essa explosão de casos em relação ao número de registos feitos anteriormente na cidade. “Esse tipo de golpe existe há muito tempo, mas não nessa proporção”, compara. Gêinia orienta para que as pessoas desconfiem caso sejam abordadas virtualmente por gente desconhecida e de boa aparência, evitando trocar esse tipo de mensagem para não cair no golpe, além é claro de manter uma conduta moral adequada, o que seria bom para toda a sociedade. Mas, uma vez que o problema aconteça, deve-se procurar a polícia imediatamente, enquanto a negociação ainda esteja em curso. “Assim existe uma chance de identificar os autores, que geralmente usam números e contas laranja de outros estados para realizar o procedimento”, conclui. Matéria do Contexto