Para salvar o maior número de vidas possível na luta contra a Covid-19, um enorme montante de dinheiro já foi consumido dos cofres municipais. Desde o início da pandemia, estima-se que o "caixa da guerra" esteja em torno de R$90 milhões. O valor é exatamente a diferença entre o investimento total na área da saúde de 2019 para 2020. Como não houve neste período nenhum outro fator que pudesse consumir tantos recursos, fica claro que esta diferença deve-se aos custos para enfrentar o novo Coronavírus. Em um ano de pandemia, o investimento na saúde municipal saltou de 348 para 438 milhões de reais.
Praticamente metade desta diferença foi custeado com verbas federais. Em 2020, aproximadamente 43 milhões de reais foram aportados pelo Governo Federal no município de Anápolis para o combate à Covid-19. O valor representa 47% do custo total da guerra até aqui. A outra parte é proveniente dos impostos e taxas arrecadados pelo município e também alguns repasses feitos pelo Governo Estadual. No caso dos recursos municipais, R$33 milhões foram aportados neste um ano de pandemia. Para se ter uma ideia, em 2020 o município arrecadou com impostos e taxas o valor de R$295 milhões, dos quais R$206 milhões foram para a saúde. Isto representa 70% da receita municipal utilizada para enfrentar a pandemia.
Os novos leitos criados de UTI e enfermaria, o custo das equipes médicas e a compra de medicamentos e insumos estão entre os principais custos da guerra contra a Covid-19. Para se ter uma ideia, um leito de UTI custa, em média, R$1.850,00 por dia. Se considerarmos que a cidade tem hoje 93 leitos exclusivos para pacientes anapolinos, o custo mensal somente destes leitos ultrapassa R$5 milhões. Neste caso específico, os leitos são custeados 100% com recursos municipais, para que possam ser utilizados apenas por moradores locais. Caso contrário, se fossem custeados com verbas estadual ou federal, toda a macrorregião poderia utilizá-los para os seus pacientes.
Desde o início da pandemia, a Prefeitura de Anápolis abriu dois hospitais voltados exclusivamente para internações de pacientes vítimas da Covid-19. É o caso da unidade Norma Pizzari Gonçalves, inaugurado em março de 2020 e também o Hospital Alfredo Abrahão, inaugurado em março deste ano. Juntos, os dois hospitais abrigam 46 leitos de UTI e 64 de enfermaria. Para o trabalho nas unidades, a Secretaria Municipal de Saúde já contratou centenas de profissionais de saúde desde o início da pandemia. Medicamentos e insumos pesam também no orçamento final, com acréscimo de mais de R$12 milhões de 2019 para 2020.
Em 2021, os custos da pandemia continuam e devem aumentar ainda mais. Somente em janeiro deste ano, 84% da arrecadação municipal foi utilizada para a área da saúde. São mais de R$30 milhões investidos em 30 dias. O que se sabe, até aqui, é que a guerra não custa pouco e todo centavo é importante para salvar vidas.